domingo, 23 de setembro de 2012

A mar

- Pois se há algo que posso afirmar, é que os portugueses se equivocaram totalmente ao considerarem o mar como masculino.

- Engraçado.

- Por quê?

- Porque se fosse o contrário, seria chamado de a mar.

- Mas é exatamente isso. Afinal, deve-se amar como as águas que vê à sua frente.

- E como seria?

- Profunda e Infinitamente.

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Isabela, um ano depois

Hoje vou na festa de aniversário do meu avô e, fatalmente, pensei na Isabela. Explico: um ano atrás, estávamos nós dois indo para o mesmo evento, no mesmo lugar.

Faz um ano que estávamos no auge de nosso relacionamento, muito felizes um com o outro. As coisas pareciam estar dando certo, tudo estava caminhando para um aprofundamento de nosso relacionamento.

Não sei o que aconteceu, mas o que houve de fato foi um progressivo deterioramento do sentimentos que tínhamos. Não foi a rotina, não foram as brigas... mas talvez começasse a surgir uma incompatibilidade emergente das maneiras como enxergávamos a vida, aliada a problemas de idade que me frustravam extremamente.

Mas talvez fosse ainda algo mais profundo, algo que não seja possível compreender. Talvez um afastamento de nossas energias, uma assimetria em nossos sentimentos. Como não consigo ver uma causa externa relevante, sinto hoje que só pode ter sido algo por esses meios.

Com isso tudo dito, falta pouco para eu completar um ano sem namorar, o que para mim é de fato uma marco. Acho, hoje, que aprender a viver com si próprio é o primeiro passo para aprender a viver a dois. Sinto falta, claro, mas não posso deixar meus anseios determinarem minha vida.

É preciso equilíbrio.

domingo, 9 de setembro de 2012

Marasmo

Esse feriado serviu para mostrar o quão elevado é o ostracismo sob o qual estou soterrado.

Sinto-me como um navio à vela preso em uma eterna calmaria. Começo já a me enjoar de tal condição

Porém, haverá sempre o amor e a música para me distraírem. Hoje consegui combinar as duas coisas e, como efeito, tive um improvável dia em que me senti realmente ótimo.

Há, também, os meus amigos. E realmente apoio tudo que tenho sobre eles, que nem ao menos percebem. Estar rodeado de pessoas que gosto realmente me faz esquecer, mesmo que apenas por instantes, que estou desesperadamente entediado.

Se houvesse pelo menos tristeza na falta de movimento, estaria satisfeito, mas não há nada para se aproveitar. Sinto as areias do tempo escorregarem pela minha mão e não poder trazer nada delas comigo. Os dias passam e eu não cresço, não aprendo, quase não sinto.

Isso precisa acabar de algum jeito.