segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Sobre o amor (e também não sobre ele)

Depois de 24 revoluções terrestres em torno do Sol, minha vida, já tendo passado de seu primeiro quarto de tempo na Terra, já deveria ter me ensinado muito, senão quase tudo do amor.

Ainda assim, acredito ter finalmente aprendido que a natureza desse sentimento tão profundo é justamente não ter natureza: não há forma definida, expressão certa, nem mesmo é sempre possível identificá-lo com clareza.

Da mesma forma, não há tempo para que ele apareça, muito menos quaisquer condições que induzam a sua chegada. O amor é essa urgência que vem arrebatadora, sem aviso ou notificação. Pode até vir disfarçado e, quando percebido, será impossível não se fazer presente.

Se é possível, portanto, aprender alguma coisa sobre o amor, é que não se aprende nada com ele. Tal sentimento, eterno metamorfo, acabará sempre por te surpreender de alguma forma.

Talvez seja isso mesmo que o torne tão fascinante e, por vezes, tão doloroso.