quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Música é amor. Amor é música.

(do mesmo jeito que massa é igual a energia e poupança é igual a investimento)

Pouco tenho a falar sobre isso.

A cada dia que se passa me sinto mais ligado a essa energia que transcende meus sentidos. Ao mesmo que tempo em que não poderia viver sem amor, não poderia viver sem a música.

São esses dois elementos do mundo que me fazem querer continuar a viver, são os dois que me fazem de fato feliz. São parecidas em muitos aspectos, mas creio que há uma grande diferença:

O amor pleno, perfeito, será sempre inalcançável, sempre em um plano mais distante. A música está comigo em todo lugar, a toda hora.

Mesmo assim, não tenho dúvidas,

Música é amor. Amor é música.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Espíritos

Foi há pouco que tempo em que eu estava deitado em minha cama, lá para as quatro da manhã, quando acho que ouvi um barulho. Não tinha certeza, porque não sabia identificá-lo. Quando me virei, abri os olhos e, sem mais nem menos, me deparei com uma aranha do tamanho do meu punho, descendo sob uma teia no ar na minha direção.

Levantei assustado e acendi a luz. A aranha tinha desaparecido. Procurei vestígios e nada, até que eu comecei a perceber o quão absurda seria ter um inseto desse tamanho no meu quarto sem eu ter percebido antes. De qualquer forma, naquela noite, dormi na sala.

Não sei se foi uma alucinação, mas cheguei a pensar que tivesse sido. Até que falei com um amigo meu e ele falou sobre espíritos e sexto sentido. Acontece que ele tinha experiências como essa o tempo todo e que isso não devia ser mais do que um espírito que passava pela minha casa.

Entre tudo que ele disse, me chamou a atenção a explicação de que esses espíritos não haviam transcendido ainda para um lugar mais elevado, por isso ficavam vagando pela terra com o propósito apenas de chamar a nossa atenção. Ele me disse, por exemplo, que mais de uma vez quando fazia uma determinada curva numa rua pela qual ele sempre passava, via um homem atravessando. Ele já não mais nem freava, porque sabia que o homem ia desaparecer.

Isso tudo é muito estranho para mim, mas não nego absolutamente. Já tive experiências parecidas, embora não muito frequentemente. Já uma vez, de madrugada, quando eu fui dormir, vi meu irmão, certamente no seu sétimo sono, olhando para mim. Mas não eram seus olhos, eram olhos verdes, quase brilhantes. Só havia uma coisa que eu poderia fazer: deitar na cama, me cobrir e dormir.

Sempre tive muito medo do sobrenatural. Ao mesmo tempo, não acredito totalmente nele.

Isso tudo é muito estranho.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A noite mais bela da minha vida

Tenho passado por muitas situações estressantes. Estou no final de período, quase repetindo todas as matérias da faculdade, sem nem ânimo para continuar estudando. Além disso, acabo de descobrir coisas que não queria que fossem verdades da minha exnamorada (Isabela), que se mostrou muito mais imatura e vingativa do que parecia ser. Junte isso tudo com pais cada vez mais preocupados e intrometidos na minha vida e você terá uma  bela confusão mental.

Tudo isso se interrompeu, porém, em uma noite magnífica. Ou parte dela, pelo menos.

21h40: Depois de outra prova desastrosa, fui encontrar meus amigos em um bar na Lapa, próximo à Fundição Progresso, onde eu veria um show dos Móveis Colonias de Acaju (pela segunda vez) e Nação Zumbi.

Ok, esqueçam os horários. Assim que abriu a casa, entramos e ficamos esperando o show começar enquanto conversávamos e bebíamos umas cervejas. Foi relaxante.

Eu estava bem relaxado quando o show do Móveis começou, e que bom que eu estava. Que show... Muita energia, muita presença de palco, muitos integrantes na plateia, muitos gritos, muitos pulos, muitas palmas, enfim... Puta show.

Daí, pouco antes desse terminar, fui para o lado de fora descansar e pegar mais umas cervejas. Acabei encontrando uma garota com quem estou saindo, outra da minha faculdade e por fim me juntei aos meus amigos, que desapareceram antes de eu me despedir da menina (que, aliás, é descendente de Jesus).

Curti bastante Nação Zumbi, mas não estava muito na vibe de guitarras distorcidas e muitos gritos, por isso, saí um pouco com dois amigos meus no meio do show.

Aí que está a beleza da noite: a imagem de um casal, sentado no meio (literalmente no meio) de um dos Arcos da Lapa. Não sei exatamente como eles chegaram ali, nem sei como eles eventualmente saíram, mas ver aqueles dois sentados, juntos, com aquela paisagem à volta... Foi extasiante. Faz-me acreditar de novo no mundo.

Sei, agora, que o amor pode fazer qualquer coisa.

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Cá estou, em casa, escrevendo sobre a minha noite. São 4:30 da manhã, tenho aula ainda hoje e eu não poderia estar mais feliz.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Questões de vida (eu sei, de novo)

Postei há pouco tempo sobre o assunto, mas como não pensar sobre isso?

A gente vive nossa vida sem nem perceber, sem nem sentir ou se importar e quando piscamos os olhos estamos velhos, perto da morte.

Tenho 18 anos, talvez um quinto da vida, talvez bem mais. Olho pra trás e sinto que completei tão pouco, realizei tão pouco... Queria tanto ter feito tão mais, visto tão mais, ouvido tão mais. Mas continuo com essa vida medíocre, mesquinha, triste.

Os anos vão passar e eu vou continuar desse jeito. Quando tudo acabar, como vai ficar? E quando isso tudo terminar? Eu nem sei mais como escrever aqui o que eu estou sentindo. Uma certa urgência...

Egoísmo

Já me achei uma das pessoas mais altruístas que conhecia. Hoje sinto que é totalmente o contrário.

Existe aquele papo de que tudo que você faz é fruto do seu egoísmo e eu concordo. Mesmo quando ajudamos as pessoas, estamos fazendo isso porque nós nos sentimos bem com a gratidão do outro.

Sei lá, na verdade, eu queria escrever uma porrada de coisa sobre isso, mas não sei mais o que falar... 

Enfim, não julgo em quem ainda acredita em altruísmo. É bom que haja pessoas com fé na humanidade.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Citando um tal de Manfredini

Enquanto muitos ainda querem ser os filhos da revolução, eu ainda procuro alguém que me entenda do início ao fim.

A efemeridade da beleza

Abriu a porta devagar, para não acordá-la. Aos primeiros passos, porém, percebeu a presença de Helena, ainda de pé, olhando-se fixamente no espelho do quarto. Sua camisola, a mesma que comprara em Paris, não revelava por inteiro sua desejada pele, porém, deixava transparecer suas mais belas curvas, lembrando Fernando das noites em que haviam dormido sob o céu francês.

Aproximou-se lentamente, sem mais tentar disfarçar sua chegada. Posicionou-se atrás da mulher e começou a beijá-la suavemente no pescoço, enquanto desabotoava sua camisa.

- O que faz acordada tão tarde? - perguntou, sem se preocupar em receber resposta. Seu desejo já o havia conquistado, dilacerando seu pensamento. Tudo o que via agora eram as mais belas linhas femininas que imaginara ter para si. Helena, porém, perguntou, como se para o vento:
- O que você vai fazer se, daqui a dez anos, ainda estivermos juntos?
- Não entendi... - disse ele, não mais esperando ou desejando palavras ao ar naquele momento.

Ela não respondeu de imediato, mas fechou os olhos por alguns instantes. Após um leve suspiro e ainda sem mexer o pescoço, disse:

- Daqui a dez anos você terá 37 anos e eu, 40. Enquanto sua virilidade ainda estiver no auge, meu corpo começará a amolecer. Provavelmente já terei tido filhos, portanto, já não te darei tanto prazer quando você entrar em mim, além do que meus seios começarão a pesar sob a gravidade e começarão a cair. Meu rosto mostrará seus primeiros sinais de cansaço, com rugas e olhos curvados. Minhas pernas não serão mais tão fortes e não poderão te apertar contra mim quando seu corpo estiver sobre o meu... Mesmo assim, você ainda vai me querer?

- Acha mesmo que é apenas sua beleza que me atrai? - nem mesmo Fernando estava certo se sua pergunta era a que deveria fazer.

- Tenho certeza. Pode dizer que me ama, que quer estar para sempre comigo, mas sei que a única coisa que hoje o prende a mim é a minha beleza. É ela que te faz pensar em mim quando está trabalhando, é nela que você pensa quando está chegando em casa. É o medo de perdê-la que o impede de deitar-se com outras mulheres, menos belas do que eu. Todo o resto que existe em mim pode esquecer e substituir, mas minha beleza é sólida, você pode tocá-la. Esse toque estará sempre na sua lembrança, aprisionando-o na fidelidade.

- Por que me vem a falar dessas besteiras agora? - retrucou, quase irritado.

Novamente, a resposta não veio de imediato. Helena virou-se lentamente, ainda sem olhar nos olhos de Fernando, começou a abrir as calças que ele usava. Quando já se encontrava de pernas nuas, ela disse:

- Estava a pentear meu cabelo hoje e, enquanto ainda estava distraída, achei um fio branco entre meu emaranhado negro. Isso me fez perceber o quão efêmera é a beleza. Também o fardo que ela é. Ela esconde a minha alma, destrói a minha essência e hoje me transforma apenas em uma imagem a ser desejada. Amanhã, quando tudo isso passar, serei apenas uma lembrança.

Ela, então, finalmente olhou-o nos olhos e desceu as alças de sua camisola, mostrando todo o seu corpo nu. Fernando embriagou-se com a visão de seus seios pequenos, centralizados pelos mamilos discretos e levemente inclinados para cima. Descendo a vista, admirava o triângulo escuro entre aquelas lisas pernas, fazendo-o esquecer de toda a angústia de Helena e apenas querer descobrir mais uma vez os mistérios daquela mulher, aventurando-se dentro de seu corpo negro e belo.

- Ainda assim, amo-te. E enquanto puder prendê-lo em minha beleza, eu o farei - disse ela.

Naquela noite, amaram-se com tanta intensidade quanto a primeira vez em que se deitaram na mesma cama.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Questões de amor (de novo)

Eu sei, eu sou meio chato quando trato desse tema. Mas é porque é difícil, não consigo me achar nessa questão, não consigo me entender. Minha confusão é a única constante dessa função, é a única coisa que posso garantir que existe em mim quando se trata desse sentimento.

É sempre algo maravilhoso, estar apaixonado. O problema é fazer a pessoa se apaixonar por você. Quando você menos espera, encontra-se dentro dos jogos de azar do amor, no qual escondem-se de ambas as partes o sentimento pelo outro. Acho isso tudo tão cansativo. Infelizmente, tudo isso parte do pressuposto de que as pessoas gostam do que não têm, um argumento que recuso completamente.

Primeiro que ninguém tem ninguém. É aquela questão do sentimento fluido que eu falei antes, que pode surgir e desaparecer com igual velocidade. Depois que eu acho que quando as pessoas gostam do que não têm, é porque não sabem ver de fato o que elas têm.

Eu, por exemplo, amo os amigos que tenho. Amo a vida que tenho. Amo tudo que pertence ao meu círculo social e pouco penso sobre o que não possuo.

Quando eu gosto de uma pessoa, eu quero estar com ela. Quero poder dizer: amo viver minha vida com você nesse momento. Quero poder falar sem medo de assustar ninguém que a minha a vida é muito melhor quando estou com a pessoa que amo, não é difícil entender isso.

É, eu já fiz muita merda pensando assim. Já afastei algumas pessoas, já sofri muito e provavelmente ainda vou sofrer muito mais. Mas essa é a vida que escolhi, esse é o meu jeito de viver. Pode não ser o melhor, mas é o que tenho.

E eu o amo.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Falsas perspectivas

O mundo de vez em quando te dá falsas perspectivas. Uma vez que seu futuro lhe parece certo, é quando mais você deve suspeitar do mesmo. Geralmente esse é o período pré-reviravolta (foda-se se o hífen morreu, não sei escrever sem ele).

Acontece que de quando em quando ando por tardes dispersas, tentando descobrir meu rumo. A surpresa é grande quando eu constato a falta do mesmo. Engraçado ver o como nossa vida não passa do vazio do presente.

O passado não existe mais, o futuro ainda não existe. Sobra-nos uma percepção do tempo, que está em constante movimento, sempre em frente.

É angustiante, de vez em quando. Mas acabamos aprendendo a viver assim.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Divagações sobre movimentos e a vida em geral...

Se uma coisa eu posso dizer sobre mim mesmo com certeza, é que sou uma metamorfose ambulante.

Tenho certeza de que daqui a um ano eu vou ler esse post e pensar: que merda que eu escrevi aqui ein...

Mas uma discussão que tive sobre o ocupa rio me obrigou a escrever aqui o que penso sobre essas (tal e coisa) coisas e talz.

Já fui um ser extremamente político. É possível ver nos meus posts antigos comentários que eu fazia sobre esses assuntos. Porém, no último ano, tenho me desconectado da política, embora ainda a acompanhe. Fiz isso não porque queria me alienar ou qualquer coisa do tipo, mas porque percebi que eu não vou mudar o mundo tentando mudar os outros.

Prefiro hoje em dia, realizar uma revolução dentro de mim mesmo, querer me mudar antes de querer mudar qualquer outra coisa. Sentir mais o amor e a vida para poder evoluir e construir assim um círculo que terá algo de fato diferente dessa nossa sociedade destruída.

"Paz e amor", tento trazer essa lição para mim, não para os outros. Tenho ainda tanto a aprender que não me sinto no direito de ensinar qualquer coisa a alguém. Sou apenas mais um, mas meu mundo é meu e é nele que tentarei mudar algo.

Minha mensagem para os outros é apenas: sejam a mudança que vocês querem no mundo.

Ser brasileiro

Muitas pessoas vão querer me matar se lerem isso (o que não me preocupa, porque não vão ler), mas nunca me senti plenamente brasileiro. Nunca me encheu esse orgulho de morar no Brasil, nunca senti aquele êxtase patriótico ao ouvir o hino ou saber de uma conquista de meu país.

Não sei porque, mas até acho um pouco idiotice separar as pessoas em nacionalidades. O que um brasileiro tem de diferente de um alemão, por exemplo? O idioma é diferente, okay, então o que resta? Alemão é mais poupador que o brasileiro? Quer dizer que não existem brasileiros poupadores e alemães gastadores? A frieza alemã e a cordialidade brasileira realmente existem? Não há brasileiros ranzinzas e alemães cordiais?

Estou exagerando, é claro, tudo isso se dá por médias, mas tenho a propensão a duvidar delas para definir povos. As pessoas são o que são pelo que absorvem de seu meio, claro, mas acho que acabamos por negligenciar o fator individual de cada um. O que faz de mim um brasileiro? Não gosto de carnaval, não sou muito fã de samba, nunca soube jogar futebol. Falo português porque aqui vivo, sei falar também inglês e francês, além de restos mortais de alemão. Leio literatura brasileira, mas também angolana, moçambicana, argentina, polonesa, norte-americana e por aí vai.

Não gosto da palavra "fronteira", por exemplo. Não gosto do fato de existirem governos que lutam uns contra os outros. Sou um tanto anarquista no fundo, admito, mas sei que estou falando de coisas utópicas. Simplificando, nunca me senti a identidade brasileira em mim. Sempre senti a minha identidade, apenas.

Mentira, apesar disso tudo, me sinto carioca. Engraçado isso.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Sempre fluido, nunca estático

Algumas coisas aconteceram nesse período que fiquei fora. Creio que a mais importante tenha sido o meu término com a Isabela. Foi meu terceiro namoro que se foi. É surpreendente a capacidade que tenho de me envolver e me cansar de um relacionamento tão rapidamente. Pode ser a idade,  pode ser a imaturidade, pode ser muitas coisas de fato, não dá pra ficar analisando.

O que eu posso dizer é que não sou uma pessoa muito fácil. Quando me apaixono, quero estar o tempo todo com a pessoa por quem me apaixonei, quero viver a vida ao lado dela, compartilhar novas experiências, acertar e errar ao lado dela, passar noites e noites com ela, apenas estando um com o outro. Eu amo a intimidade que o amor provoca. Creio que amo mais a intimidade do que a pessoa amada. Nietzsche já dizia coisa parecida, mas também não vou entrar em papo de filosofia de botequim.

Tudo isso, no entanto, pode acabar de um dia para o outro. Posso muito bem acordar e pensar: não quero mais ficar com essa pessoa. Também uma coisa pequena na pessoa pode me chatear a ponto de eu não mais suportar estar com ela. Vou tentar continuar enquanto ainda tiver amor, mas isso pode acabar a qualquer momento.

Amor, para mim, é uma coisa fluida, nunca estática. Posso amar uma pessoa sem motivo algum, de uma hora para outra, mas, para continuar amando-a, tenho que me apaixonar todo dia. Nunca vou amar alguém porque a amava antes, isso para mim é impossível.

Creio, na verdade, que todos nossos sentimentos são fluidos. Ódio, raiva, tristeza, felicidade, amor, paixão, tudo isso vai e volta com intensidades diferentes, mas nunca vem para ficar. Acaba sempre passando um dia...

Nesse tempo que estive fora

Muitas vezes me pergunto o porquê de continuar escrevendo aqui... Não é como se eu fosse fazer sucesso por esse blog ou qualquer coisa parecida...

Sei lá, antigamente eu o usava para me expressar, mas hoje isso tem pouco sentido para mim, que estou usando muito mais a música para esse fim...

Agora estou simplesmente escrevendo o que acontece na minha vida. Talvez no futuro isso me ajude a relembrar desses meus tempos. Não sei, realmente não sei.