domingo, 30 de junho de 2013

A felicidade está nos detalhes

Pouco antes do jogo, fui para minha antiga rua na Tijuca, relembrar um pouco de tudo. Às vezes, estou olhando sempre tão a frente que esqueço um pouco do que deixei para trás. A nostalgia daquelas lembranças me atingiu em cheio e algumas poucas memórias prevaleceram:  o homem da doceria, que sempre vendia "sonhos" pra mim, e o Seu Miguel, para quem eu sempre perguntava as horas na volta do colégio.

Sim, a felicidade está nesses detalhes da vida, dos quais nem sempre nos damos conta. Está no "Bom dia" da Joana, na resposta sempre igual e bem humorada do Seu Miguel, e claro, daqueles maravilhosos sonhos que comia sem me preocupar em me sujar. Quando percebemos essas pequenas coisas, não temos como negar que a vida tende à felicidade, e as tristezas e angústias serão sempre passageiras.

sábado, 29 de junho de 2013

O Mundo (Tarot)

Provavelmente uma das cartas mais positivas do Tarô, o Mundo representa completude, perfeição, elevação, abertura, desprendimento , suavidade e felicidade. Representa o fim de um ciclo e preparação para um novo começo, é o desfecho da viagem arquetípica iniciada pelo arcano sem número, o Louco.


quinta-feira, 27 de junho de 2013

Tic Tac

O tempo flui como areia em minhas mãos quando estou com você.
Que vontade que tenho de fechá-las.
Poder parar o tempo, mesmo que por pouco tempo,
para pode te amar, sem que o tempo me preocupe.


terça-feira, 25 de junho de 2013

Me distancio de mim mesmo para chegar mais perto de você. Cambaleio no caminho, até tropeçando por vezes. Mas, mesmo que caia, acabo sempre levantando de novo.

Somos um tango, um tango argentino de Piazzolla.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Difícil falar todas essas coisas, como você sabe. Às vezes é melhor falar o menos possível.

Sim, Maria, te amo. Não tenho mais medo de dizer.

Te amo muito.

IBGE, Joana e você

Hoje me desliguei adiantadamente do IBGE por um engano do meu chefe e, sem que eu pudesse saber, acabou que o dia foi destinado às despedidas. Como tinha imaginado, ouvi muitos "adeus", desejos de sucesso, promessas de reencontro, tudo previsivelmente vazio e, até digo, descartável. A menos por uma pessoa, é claro. De fato, ao saber que eu estava partindo, Joana fez uma cara de surpresa e disse: "Mas já, menino?!".

Joaninha, como é chamada (provavelmente por sua baixíssima estatura), é a faxineira do meu andar, e foi a pessoa pela qual eu tive mais empatia desde quando entrei no IBGE. Todo dia, ao chegar às 8 da manhã, ou até mais cedo, era recebido por ela com um caloroso: "Bom dia, Daniel!"; para o qual eu sempre respondia na mesma entonação: "Bom dia, Joana!"; o que acabava me dando forças para aguentar as 4 horas seguintes fingindo estar fazendo alguma coisa. Por incrível que pareça, esse único contato - pois nossas conversas eram raras e limitadas a gostos pessoas de bebidas - foi o suficiente para, em pouco mais de seis meses, criarmos uma relação de amizade mais verdadeira e única do que a que tenho com muitas pessoas com quem estou diariamente em contato.

Após muitas reclamações da parte dela, afirmei que não tinha mais jeito, precisava seguir trabalhando mais e por mais dinheiro, o que no final acabou sendo compreendido. Por fim, ela me deu um grande abraço e um beijo - no ombro, porque é até onde ela consegue chegar -, o único que recebi nesse dia. Ela foi a última pessoa da qual me despedi, e acabei por me demorar demais para ir embora.

Se algum dia me perguntarem do que mais eu sinto falta do IBGE, não hesitarei em responder que minha saudade daquele lugar está sobre a cantoria esganiçada e desafinada de Joana pelos corredores, ou, quem sabe, de seus discursos absurdamente conservadores, deslegitimando quaisquer manifestações políticas, mesmo que pacíficas. Tenho certeza que esses detalhes são os maiores presentes que a vida nos dá, e que acabam sempre nos marcando no tempo.

Adeus Joana, até um futuro contato.

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Hoje concluí que, se é melhor para a situação nossa atual abstinência um do outro, então que se foda, deve valer a pena esperar por você, por sua voz lilás no meu ouvido, seus olhos de imensidão luminosa atentos aos meus, sua pele suave em contato com a minha. Eu aguento por mais algum tempo.


Crônica de Cama

Acho que desaprendi um pouco a acordar sem você ao meu lado, sem sentir sua suave pele suada agarrada à minha, sem te ver por poucos preciosos momentos tranquila e serena como a manhã, sem poder te beijar enquanto ainda dorme e sonha.

Pois dormir sem ter ouvido sua voz o dia todo foi, acredite, literalmente quase impossível. Por sorte, ao cobrir minha cara com o cobertor, descobri seu cheiro de sexo e sono ainda cheio, presente, forte, imponente. Assim consegui alguma paz para desacordar.

Falando nisso, lembrei que no último dia em que você dormiu aqui, eu acordei totalmente abraçado a ti. O que é isso? Que força é essa que atrai ambos braços meus à sua pessoa, sem que nem ao menos um possa ficar levantado, como diz a tradição?

Não sei se na cama sinto mais falta do sexo ou de nossas conversas, por vezes bobas, por vezes sérias, sem sempre lúcidas, mas sempre palpáveis, verdadeiras e extremamente íntimas. Ok, sinto mais falta do sexo, mas o páreo é duro.

Acordei pensando no conto que estava escrevendo, queria saber se avançou na estória. Dei uma lida ontem num livro do Cortázar e lembrei dos rumos que tínhamos pensado para suas linhas. São essas coisas que gosto tanto na gente. Os olhares apaixonados, os minutos em silêncio, os beijos frequentes, as ideias que nós temos.
Eu realmente te amo. Eu realmente amo esse amor.

domingo, 23 de junho de 2013

Preencho meu tempo com vazios, suprimindo a falta pelo excesso de nada. O sono reflete a ausência dos sonhos, e o silêncio ensurdecedor embaça quaisquer  sons à volta.

Pouco há a dizer, menos ainda a se fazer. O tempo flui como se pedra sobre areia, minha mente gira apenas em torno de ti.

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Para variar, não basta não ouvir sua voz, mas não saber como você está, se está bem, se está feliz. É isso o que lentamente me mata.

sábado, 22 de junho de 2013

Detalhes impermeáveis, de sotaque esnobe

Hoje te exigi, coagi e me excedi. Colocar sobre suas costas mais um fardo nunca foi a minha intenção, pois de fato, a leveza é o que lhe busco.

Sua subjetividade me encanta, seu lirismo me fascina. Se sou claro, certo, és o contrário, és a noite mais estrelada, cuja lua ilumina, mas não clareia nada.

Não nego, sonho. E os sonhos teimam em querer se fazerem realizados, mesmo sob a ameaça das piores dores de parto. Mas garanto, hei de guardá-los, para que em outro dia, possamos juntos acordá-los.

O Amor é a Lei. E estou sob seu julgo.
Tudo que lhe desejo nesse momento é força. Você vai precisar, muito.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Sexo, amor e afins

Mal você foi embora e minha cama já não parece tão convidativa. Sua presença ainda rodeia meu quarto, minha casa, como se já habitual.

Hoje concluí que o amor é a saudade adiantada, o excesso do pouco que falta.

Falta muito pouco para nós dois.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

De repente

Nossos sonhos parecem estar a um palmo de distância. E os devaneios se tornam projeções, planos.
Tudo pelo qual esperamos, nossos anseios, nossos desejos, tudo está finalmente ao nosso alcance.

Meu amor por você nunca foi tão forte.
Sinto que, após um turbulento prólogo, hoje começa o primeiro capítulo de nossa história. E que bela história será...

domingo, 16 de junho de 2013

Sempre que te vejo, vem-me um sorriso ao rosto

Para além dos clichês de Camões, o amor é uma droga pesada, cuja abstinência nada pode curar se não esse próprio sentimento. Sua dependência é feroz e pode começar desde a primeira vez que se sente seus efeitos. Rapidamente se perde o controle da situação e a paixão neblina tudo que a ela não se relaciona, perdendo-se todos os focos em poucos dias.

E pior, o único tratamento possível - adverte o Ministério da Saúde - é se deixar apaixonar.

Cada vez mais que me percebo entrelaçado nessa teia, mais vejo que não devo lutar contra ela. Se o amor é uma areia movediça, devo então deixar-me nela afundar. Porque não vale a pena tentar controlar a situação, há muito que já nada posso fazer - e nem preciso.

O amor basta por si próprio.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

O que és

Seus olhos são como o céu refletido no mar.
Infinitos, luminosos e profundos.
Sua voz é calma, provocante, meiga e excitante.
Sua pele é quente, vasta como um deserto de areia sem fim.

Perco-me em seus olhos.
Fujo para a sua voz.
Tombo sobre sua pele.

Sua mente, porém, é uma incógnita para mim.
Não importa, sua essência eu já conheço e, como bem sabe, amo. É tudo que preciso conhecer de ti.

Andrômeda

Li aquelas duas palavras que tanto falamos um ao outro, direcionada a outra pessoa. Contextualizo, mas, ainda assim, sinto.

Pensava antes que estivesse você acorrentada, mas percebo agora que é sobre mim que estão as correntes. Estou aprisionado a ti, imóvel, incapaz de qualquer ação ou reação.

Sou como Andrômeda, que se sacrificou a Poseidon, acorrentando-se a uma pedra no meio do mar, esperando que a maré enchesse.

Estarei eu destinado a me afogar?
É esse o desejo de Iemanjá?
Nada sei, nada posso saber.
Apenas me deixo levar.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

12 de Junho

Não que essa data signifique muita coisa, mas quero comemorar o próximo com você


Incomum pensamento
Noite atrás
a minha pele encontra a tua
E horas atravessamos
Chamamos por um sono
Que nossos corpos em sonhos
Jamais nos deixaram chegar
E assim fez-se o dia
Com a mais impune benção
Dos nossos desejos.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Hoje resolvi voltar de bicicleta para casa da faculdade. Enquanto estava na ciclovia, uma criança passou à minha frente. Senti-me desafiado e, em silêncio, começamos uma corrida informal até o fim de Copacabana.

De fato, é impossível saber se o garoto competia mesmo comigo, afinal, não trocamos uma palavra. Mas, mesmo assim, passamos um ao outro diversas vezes e, como conclusão, cheguei ao fim praticamente sem pernas, mas triunfante.Olhei para ele passando, ambos com um sorriso no rosto, pela brincadeira silenciosa.

Logo em seguida, após chegar em casa, resolvi tomar um açaí e andar um pouco pela praia.

Caminhar sobre a areia, dar um mergulho no mar, e receber, logo em seguida, uma ligação sua foi uma das melhores sequências de acontecimentos que poderiam ter ocorrido nesse dia. Sentir o Sol na minha pele e o som da sua voz no meu ouvido foi de tal maneira apaixonante, que não consigo pensar em como a vida pode algum dia ser ruim ao seu lado.

Tudo que me falta nesse momento é você aqui, indo tomar banho comigo logo após a praia, para podermos descansar em seguida. Sonharei com essa imagem hoje.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Par délicatesse J'ai perdu ma vie

Iemanjá é conhecida por muitos nomes. Dentre eles, os africanos adotam "Princesa de Aioká", que é como eles também chamam o fundo do mar.

És assim para mim, como a profundeza das águas salgadas, nas quais meus olhos ardem e nada consigo ver. Sinto-me a deriva, levado pelas correntezas, sem saber para onde estou sendo levado. Porém, abraço esse desconhecido, pela certeza de que chegarei a um lugar melhor.

Os filhos de Iemanjá têm certo medo do mar. Mas eu o amo.

Assim como amo você.

domingo, 9 de junho de 2013

Madrugada

O céu se ilumina todos os dias pela manhã
Seja ela fria, quente, ou vazia.
Afinal, a luz há de prevalecer.
Mesmo que os segundos passem sem que se perceba.

Marcas se acumulam, cicatrizes que ficam
Elas não são nada
São lembranças agridoces de momentos
que coloco de molho ao lado.

Correntes, que antes pareciam frágeis
Se amarram hoje inquebráveis.
A tristeza de ver essa prisão
não é maior que a de quem está aprisionado.

Mas triste mesmo é pensar
Em um dia que não haverá de amanhecer
Quando o sonho anoitecido
por teimosia não te deixará acordar.

sábado, 8 de junho de 2013

E agora

Tantas vezes me mataram, tantas vezes eu morri, no entanto eu estou aqui, ressuscitando

sexta-feira, 7 de junho de 2013

É impossível amar pouco

O amor é um sentimento de excesso.

domingo, 2 de junho de 2013

O estado de emergência

"Amor não é aquilo que te deixa feliz, calmo e tranquilo. O nome disso é Rivotril", já dizia o poeta. E, de fato, não sei como se pode fazer essa confusão tão dramática de sentimentos. Apesar de que se pode fazer uma diferenciação entre amor e paixão, e questionar qualquer padrão para algo tão individualizado quanto o que sentimos, é certo que nunca vi na minha vida alguém verdadeiramente apaixonado e tranquilo ao mesmo tempo.

Na verdade, tenho observado que as pessoas costumam associar o amor à felicidade quase que automaticamente, e às vezes de forma tão simplista que me dá calafrios. Culpo em parte o câncer das comédias românticas genéricas, vomitadas em nossas salas de cinema pela desgraça que se tornou Hollywood, mas sem tirar o papel das nossas ilusões de casamento perfeito, filhos, sogra, cachorro e papagaio, alimentadas por nossas famílias. Desde criança somos ensinados que eventualmente iremos nos casar e, com isso, atingiremos a tão almejada felicidade, em um estilo meio "zerar a vida". O resultado é que todas as nossas decisões e escolhas acabam sendo determinadas por esse objetivo final, fazendo-nos abrir mão de tantas oportunidades e experiências..

Afinal, o amor é vermelho, quente, muitas vezes doloroso. É aquilo que nos deixa tão mal quando aparece, e tão pior quando some. É o que nos tira da morosidade da vida e nos coloca em um estado de emergência, no qual nunca temos certeza de onde estamos pisando. A paixão nos deixa irracionais, loucos, sem pensar muito nas consequências. Meus melhores erros eu cometi porque estava apaixonado. Coisas que, olhando para trás, não entendo como consegui fazer, porque simplesmente não estava pensando.

Mas, no final de tudo, temos sempre a certeza que o amor vale a pena. Mesmo que as consequências sejam problemáticas, mesmo que o relacionamento seja conturbado, mesmo que sintamos tanta dor, não existe nada melhor nesse mundo do que se apaixonar. Porque o amor nos lembra que estamos vivos.