quarta-feira, 27 de abril de 2011

Thor

Não sei porque, mas de repente me bateu uma saudade imensa do Thor.

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Quando eu conheci o Thor, ele já tinha dois anos. Era um labrador grande, peludo e extremamente carinhoso. Tinha sido dado à minha vó por um casal conhecido, que estava se mudando para algum lugar onde cachorros não eram permitidos. Ficou um tempo no apartamento da gávea, mas, como era gigante, teve de ser levado para o meu sítio.

Depois que foi para lá, meu contato com ele se limitou às vezes em que eu ia para o meu sítio nas férias. Lembro de que quando chegava, gritava pelo seu nome e ele corria ladeira abaixo e pulava em cima de mim ou da minha avó. Durante três anos foi assim.

Até que ele adoeceu. Sem ninguém saber o que tinha, começou a engordar sem comer e estava cada vez mais e mais desanimado. Minha avó decidiu trazê-lo de volta ao Rio e levá-lo a um bom veterinário. Nessa época, porém, o sítio começou a alugar menos e ela ficou com pouco dinheiro. Como minha mãe tinha acabado de se separar e a casa do meu pai era muito pequena, comecei a ir cada vez mais frequentemente para a gávea. Acabava sempre encontrando-o sempre lá, obediente, quieto, triste.

Foi esse o período no qual me afeiçoei verdadeiramente a ele. Passava horas conversando com o Thor, tendo sempre como resposta olhos sinceros que pareciam saber o que dizer. Já não brincava nunca, mas aceitava com prazer carinhos e abraços, os quais recebeu em abundância de todos os membros da minha família. Respondia ao amor de uma maneira que acho que só os animais podem fazer. Quando eu estava com ele, estava feliz, pois sabia que era amado.

Quando minha avó conseguiu levá-lo ao veterinário, encontraram um tumor que já tinha rompido e ido para a corrente sanguinea. Tiraram o que puderam e parecia que ia ficar tudo bem.




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Poucos dias depois, Thor morreu.

Até hoje, essa foi um dos meus maiores momentos de verdadeira tristeza. Nem desespero, nem angústia, tristeza apenas. Não me relaciono bem com a morte, não consigo aceita-la como natural. Thor era o melhor cachorro do mundo e ninguém tinha o direito de tirá-lo desse mundo.

Tento não chorar ao escrever esse texto, mas é difícil. A perda de um ente querido, seja ele humano ou animal, é a maior prova do desprezo que a vida pode te dar. Não acho que vá algum dia verdadeiramente superar o morte do Thor. Sempre que lembro dele, acabo em lágrimas.

Eu te amo, Thor.
Até hoje.

Trecho de alguma coisa

(isso não é mais uma de minha divagações, é apenas um trecho de qualquer coisa que eu resolvi escrever)

Meu pai está doente. Desde que voltou da cidade, há mais de um ano, piora a cada diz que passa. Nesse último mês, parece que sua doença comeceu a atacá-lo de verdade. Ainda come porque o obrigo, mas mesmo assim teima em emagrecer mais e mais, como se seu corpo recusasse a comida que está recebendo. Está fraco, cansado, mesmo quando passa horas sobre sua cama, trancado no quarto, sofrendo em segredo.

Quando perguntei o que lhe tinha feito tão mal na cidade, resmungou algo e esquivou-se de mim. Insisti na pergunta, fazendo-o suspirar alto e responder:

- A própria cidade me fez esse mal, minha filha. A cidade me adoeceu.

Depois de dizer isso, vomitou sobre o chão árido desta terra, que recebeu de bom grado aquilo que deveria alimentar meu pai. Ao acudi-lo, senti sua pele arder como o sol e não consegui sustentar seu corpo, que caiu na leveza de uma pluma.

Acho que o ódio de meu pai pela cidade se tornou tamanha que ele resolveu por teimosia se tornar apenas um com essa terra e, assim, nunca mais ter que sair daqui. Essa transição, porém, parece ser mais do que ele consegue aguentar.

Sua doença, no entanto, a mim foi oportuna. Enquanto meu pai passa seus dias trancado em seu quarto, tenho mais tempo para sair de casa e mergulhar no rio onde tanto nos encontramos. Tornou-se rotina tirar a roupa e ficar a me observar nua no reflexo da água. Procuro nessa imagem o que fazia seus olhos brilharem e seu sorriso abrir. Acho que, nua, você via-me despida de qualquer cobertura corpórea, encontrando a alma desse deserto.

Antes de te encontar, nunca foi do meu gosto me observar despida. Acho que nem meu pai chegou um dia a me ver sem roupas e, se o tiver feito, tenho certeza que fez contrariado. Mas, ao te ver admirar meu corpo com tanto ardor, procuro hoje encontrar nele o que você achou com tanta facilidade, aquilo que tanto o fascinou.

Meu Deus, como sinto sua falta...

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Reflexões da maioridade

Esse post não vai ser muito diferente dos outros, apenas um bando de letras formando palavras que, por sua vez, formarão frases, se juntando em parágrafos que, por fim, haverão de compor meu texto. E esse texto, pra variar, será chato.

Nesse domingo, dia 17/04/2011, completei (FINALMENTE) 18 anos.

Depois de uma festa, no mínimo, de arromba, não pude deixar de refletir um pouco sobre minha vida.

Muitas pessoas são nostálgicas em relação à infância. Dizem essas que eram tempos com menos responsabilidades, mais diversão e etc...

Acontece que eu não sou uma delas.

Não sei se foi porque minha infância foi marcada por uma série de mudanças (como se a adolescência tivesse sido muito diferente) ou porque na época meus pais não tinham muito dinheiro, mas a verdade é que lembro de ter sido uma criança muito feliz, mas não tenho vontade algum de voltar àqueles tempos.

Acredito, na verdade, que o método que escolhi de viver foi o melhor possível. Isso aconteceu aos 14/15 anos, quando de desgarrei completamente da minha criança interior. Começaram a surgir oportunidades de vida que poderia seguir e, naquele momento, eu sabia que deveria me decidir. Sentei comigo mesmo e, depois de muitas reflexões em torno desse assunto (que ainda invadem minha mente de vez em quando), escolhi viver a vida aos poucos.

Nem me fechar em cubo social, nem me perder na mediocridade da rotina e do bom-mocismo, nem me levar aos extremos. O caminho que eu sigo é descobrir todas as alternativas possíveis, sem me prender a nenhuma delas.

Sendo assim, aceitei com prazer minha maturidade e colhi todos seus frutos. Uns são amargos, como certas responsabilidades e angústias, mas não as vejo como nada senão efeitos colaterais da liberdade que hoje tenho.

A liberdade que conquistei com o meu crescimento é o que hoje me permite viver da maneira que escolhi. Eu a escolhi e é isso que me faz amar a minha infância sem querer a ela retornar.

Atualmente, sinto-me realizado. E, mesmo que haja dias que possa não me sentir assim, sei que não passam de dias ao vento da depressão, a qual eu já conheço e já venci.

Sei que, apesar de tudo, sou feliz.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Ateísmo e peitos

Depois de um mês extremamente movimentado mentalmente, abril começa lento, mas firme.

Tenho focado minha criatividade nos meus dedos (vai ter gente pensando merda...), tocando guitarra todo dia, por mais de uma hora.

Mesmo assim, minha vida não parou e, na verdade, nesse final de semana ela começou uma certa turbulência.

Uma situação inusitada.

Agora, na verdade, estou entre a cruz e a espada.

E não sei se sou cristão ou suicida.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Novidade

Descobri, para a minha eterna surpresa, que o amor me excita pra caralho.

Muito bizarro.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Maioridade

Lá vem a maioridade...




























Foda-se.