segunda-feira, 24 de junho de 2013

Crônica de Cama

Acho que desaprendi um pouco a acordar sem você ao meu lado, sem sentir sua suave pele suada agarrada à minha, sem te ver por poucos preciosos momentos tranquila e serena como a manhã, sem poder te beijar enquanto ainda dorme e sonha.

Pois dormir sem ter ouvido sua voz o dia todo foi, acredite, literalmente quase impossível. Por sorte, ao cobrir minha cara com o cobertor, descobri seu cheiro de sexo e sono ainda cheio, presente, forte, imponente. Assim consegui alguma paz para desacordar.

Falando nisso, lembrei que no último dia em que você dormiu aqui, eu acordei totalmente abraçado a ti. O que é isso? Que força é essa que atrai ambos braços meus à sua pessoa, sem que nem ao menos um possa ficar levantado, como diz a tradição?

Não sei se na cama sinto mais falta do sexo ou de nossas conversas, por vezes bobas, por vezes sérias, sem sempre lúcidas, mas sempre palpáveis, verdadeiras e extremamente íntimas. Ok, sinto mais falta do sexo, mas o páreo é duro.

Acordei pensando no conto que estava escrevendo, queria saber se avançou na estória. Dei uma lida ontem num livro do Cortázar e lembrei dos rumos que tínhamos pensado para suas linhas. São essas coisas que gosto tanto na gente. Os olhares apaixonados, os minutos em silêncio, os beijos frequentes, as ideias que nós temos.
Eu realmente te amo. Eu realmente amo esse amor.

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