Ela levantou-se e de pé ficou por alguns instantes. Preparava-se para sua saída, já sem temor de qualquer reação. Ele, no entanto, fez o mesmo movimento e, pela primeira vez no dia, subiu o olhar à mulher. Seus olhos vermelhos de raiva refletiam o ódio que sentia naquele momento.
- Feliz aniversário de casamento – proferiu sua voz rouca, sentenciando a última prisão.
Daquele silencioso ambiente ouviu-se o derradeiro estrondo e, antes que a mulher pudesse perceber, estava deitada ao chão, com a cor rubra a cobrir-lhe os seios. Ofegando naquele ar tóxico, sua mente desfocada procurava entender o que havia acontecido. Agarrou-se a qualquer sentimento de esperança, enquanto o escarlate do pecado envolvia-a por inteiro.
Enquanto assistia à vitória do mais poderoso e possessivo pronome, o homem pensava:
“Nunca foste livre. És, e sempre serás, minha.”
“Minha.”
belo fim! cade o começo?
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