Não preciso parar muito para pensar no tamanhos dos privilégios que me são concedidos devido a onde e como nasci. Branco, rico, homem, a lista é longa de toda posição de poder que me é involuntária e injustamente ofertada, da qual muitas vezes me beneficio, querendo ou não.
Meu desejo é muitas vezes de saber o que é estar em outra posição, em sofrer do pressuposto contrário: de que você é ladrão, vadia, vagabundo, por aí vai... A ridiculosidade, no entanto, é evidente, e logo percebo que muitos simplesmente desejariam estar efetivamente na minha posição, quando eu, no máximo, gostaria de fazer um tour pelo outro lado.
Buscar uma outra sociedade, no meu caso, é mais que um imperativo moral, é um imperativo pessoal, de modo a não me sujeitar mais a tais pensamentos ridículos.
Ainda assim, nunca deixo de rir de mim mesmo.
segunda-feira, 22 de dezembro de 2014
quinta-feira, 18 de dezembro de 2014
O futuro olha para mim por poucos segundos com bons olhos, mas em instantes vira o rosto para mirar no olhar de outrem.
Daquele breve tempo vejo um primeiro lampejo de algo para além do vazio. Da continuidade fria à qual já há muito me acostumei, posso crer haver algo mais.
Assumir o timão de um navio à deriva pode ser estimulante, mas é de fato perigoso. É preciso pela primeira vez saber para onde se deseja ir, estar sujeito aos próprios erros e más direções.
Ainda que por fim, sim, vale a pena sofrer mais por seus erros que pelos de outros.
Os únicos erros dos quais me arrependo foram de quando dividimos o mesmo navio.
Daquele breve tempo vejo um primeiro lampejo de algo para além do vazio. Da continuidade fria à qual já há muito me acostumei, posso crer haver algo mais.
Assumir o timão de um navio à deriva pode ser estimulante, mas é de fato perigoso. É preciso pela primeira vez saber para onde se deseja ir, estar sujeito aos próprios erros e más direções.
Ainda que por fim, sim, vale a pena sofrer mais por seus erros que pelos de outros.
Os únicos erros dos quais me arrependo foram de quando dividimos o mesmo navio.
segunda-feira, 15 de dezembro de 2014
De um ainda longo amanhecer
Trago-me doenças. Ventanias maculadas a passar pelo meu corpo nu nada mais são que meu próprio sopro.
Nada mais são que meu próprio sopro.
Nada mais louco que meu próprio corpo.
Vieses tamanhas a entorpecer o pensar se jogam soltas esperando por quem as pegar. Pobre ainda é a rima, mas talvez eu ria de quem me julgar.
Continuo rindo, pois não estou sozinho.
Nada mais são que meu próprio sopro.
Nada mais louco que meu próprio corpo.
Vieses tamanhas a entorpecer o pensar se jogam soltas esperando por quem as pegar. Pobre ainda é a rima, mas talvez eu ria de quem me julgar.
Continuo rindo, pois não estou sozinho.
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