domingo, 7 de agosto de 2016

Eu e você

Nosso amor foi uma grande cachoeira. 

O gelo da água me despertava e aguçava meus sentidos, e a queda foi sempre a adrenalina que me fazia querer sempre mais. Eu não me importava para onde ia, contanto que fosse com você. 

Não sei se será ainda possível acreditar que essa cachoeira tenha secado. Minha vida se define por esse caminho d'água que trilhei com você. 

Não pretendo mais escrever nesse blog. 

Um comentário:

  1. ai, o tempo, que nos faz de trouxas
    e os títulos, quase promessas
    mas quando bem lidos
    revelam tão-somente
    aquilo que querem dizer

    eu sempre me pego pensando se blogs são ferramentas ultrapassadas, e acredito que sim, sim, são sim, ultrapassadíssimos, já fora do tempo, nada além que um instantâneo de um casal descendo uma cachoeira fria, retrato de um tempo mais parecido com 2009 (será um ano inalcançável, irrepetível? talvez. meu caderno de memórias, também, inicia-se por aí, ainda resistente, persistente - mas ineficaz enquanto meio de comunicação).

    fato é que divagações poderão ser realizadas a partir do registro aqui contido, e o convite "para divagar eternamente" talvez seja obrigatório a todos que aqui um dia pisarem.

    muito entristece ver um blog não mais ser atualizado, mas também cria uma nostalgia de internet pré-explosão de pessoas, quando as páginas eram mais amigáveis e as pessoas menos agressivas (em tempos de guerras memeais ou guerras de likes). vaguei um tempo por aqui, vez ou outra, e hoje foi surpresa ver um "adeus".

    hoje zapeei ao som disso https://youtu.be/-Vv40E5x6Q0?t=46m13s. impecável, marquei onde começa a última música dessa parte, mas o show da cantora começa no minuto 28. tem a parte 2 (se ler um dia, clicar em outro e finalmente quiser ouvir).

    comecei com versinho, termino com outro:

    espremido num vagão qualquer de destino pavuna
    saí ao abrirem-se portas na estação carioca
    corri por degraus e passei em catraca alguma
    para chegar ao ar-livre e ver passar um vulto

    qual belo angelical de cabelos louro-cinza
    quase-poeta e nobre-ser a correr
    sem me ver, talvez, a perder
    a ganhar, divagar sobre a vida

    (that was only a joke)
    até logo

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