sábado, 11 de dezembro de 2010

Divagando eternamente (não recomendado para aqueles que nunca passaram pela adolescência)

Passei no vestibular, é isso. Já sabia que aconteceria.

Agora, uma nova vida, uma nova rotina, tudo novo, menos eu.

Eu continuo o mesmo, e mesmo que venha a me mudar fisicamente durantes essas férias (já comecei a malhar em academia, vou começar vôlei de praia, em janeiro vou tirar o aparelho e vou aproveitar para colocar lente), serei esse mesmo preguiçoso, reservado, às vezes animado, às vezes deprimido, Daniel Duque.

Durante toda a minha vida tentei entender quem eu era e me aceitar desse jeito. Creio ter obtido sucesso na primeira parte.

Não sei se é a adolescência, aquela insegurança comum, aquele desejo de me autoafirmar, mas não consigo estar satisfeito comigo mesmo.

Exemplo melancólico:

Ontem foi a minha formatura. Ouvi depoimentos de muitos professores e alunos, alguns inspiradores, outros enfadonhos. Tenho certeza de que poderia ser melhor do que muitos deles. Faltou-me iniciativa, faltou-me vontade. Mas, assistindo à apresentação, senti inveja.

Depois veio a festa pós-colação. Um lugar, graças a Deus, perto da minha casa, cuja cerveja custava 8 reais. Vi grandes amigos, amigos nem tão amigos e desconhecidos. Todos pareciam melhores do que eu. Todos pareciam estar satisfeitos, felizes. Me senti mal naquele lugar, não parecia pertencer a ele.

Fui embora relativamente cedo (eram quase 5 da manhã, mas ninguém tinha ido embora ainda), fui dormir e acordei sem vontade de sair da cama. Ensaiei um convite aos meus amigos de ir à praia, mas desanimei logo, além do que todos tinham o que fazer. Se alguém da Nove estiver lendo isso, me perdoe, pois não tive nenhum almoço com meu avô hoje, era desculpa para não ir à reunião. Passei o dia em casa vendo televisão e lendo. Nem vontade de pensar eu tinha.

Então vim pra cá desabafar, embora eu saiba que ninguém, ou quase ninguém, vai ler isso. É um desabafo para mim mesmo, ou quem sabe? para o vazio da internet. Não importa, recorrer a esse blog sempre me acalma um pouco, como se estivesse escrevendo em um diário (irônico, não?).

Queria mudar, mas não sei por onde começar minha mudança. Acho que vou permanecer sempre assim, em uma eterna frustração comigo mesmo.

A adolescência é uma merda.

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