sábado, 3 de setembro de 2011

Uma crítica pessoal de "I'm with you"

Quando em 2009 tive o desprazer de saber que John Frusciante (na minha opinião, o melhor guitarrista dos últimos tempos) havia saído do Red Hot Chili Peppers, imaginei de tudo o pior. Acabou sendo substituído por Josh Klinghoffer, um antigo amigo da banda e do próprio ex-guitarrista, com quem já gravou muitas músicas.

Tinha, portanto, uma imagem dele de um mero aprendiz (Klinghoffer tem quase dez anos a menos que John) de um grande guitarrista e que, mesmo podendo ter boa técnica, não se equipararia aos antigos trabalhos de Frusciante no Red Hot Chili Peppers. Imaginei que eles lançariam talvez um novo One Hot Minute, álbum lançado em 1995 após a primeira saída de John, e um dos piores da banda, na minha opinião

Foi com essas ideias que assisti ao show de lançamento de I'm With You e comprei o cd. Ouvi-o uma vez. Ouvi outra. E outra. Não adiantou, continuei não acreditando no que estava ouvindo. Josh mostrou-se um guitarrista completo, desenvolvendo músicas funky, pesadas, baladas, tudo com bastante perfeição. De fato, deixou a desejar nos solos, além de praticamente abolir a distorção, mas compensou isso tudo com intensa energia no seu instrumento, novos efeitos em sua guitarra, melodias complexas e backing vocals surpreendentes.

Além de Josh, Flea e Chad estão mais alinhados do que nunca. O baterista do rhcp parece ter incorporado um novo espírito africano, desenvolvendo ritmos quebrados e complexos. Além disso, a adição de um novo membro, Mauro Refosco (brasileiro, por sinal) na percussão deu também uma nova batida latina para a banda. Para completar, flea continua com sua energia de sempre, combinando ritmos funks e punks de uma maneira que só ele consegue fazer.

Os três parecem ter progredido musicalmente também. Enquanto nos outros álbuns, podia-se ver que muitas músicas surgiram e se desenvolveram de jams, I'm With You mostra uma maior maturidade musical, tendo sido melhor pensado e trabalhado. A grande surpresa, no entanto, são as complexas e belas frases no piano, tocadas por Flea, que estudou o instrumento durante o hiato da banda.

O que, por fim, posso dizer é que minha única decepção foram os vocais de Anthony Kieids. Todos parecem reciclagens de antigas músicas, além de se assemelharem em todo álbum. É o que, na minha opinião, faz muitas pessoas pensarem que tudo na maior banda do mundo é meio igual. Triste, mas compreensível. Por outro lado, pode se ver uma certa mudança em certas letras, algumas nostálgicas, outras falando da morte e de outras questões profundas. Um grande amadurecimento para quem antes só escrevia sobre drogas e garotas.

Concluindo, quando parecia que tudo ia mal no Red Hot Chili Peppers, eles se inovam e até melhoram. Nota 9,5 para I'm With You.

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