segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Adeus, primeiro amor

Fui, pela primeira vez em muito tempo, ao cinema sozinho, assistir o filme cujo nome está no título desse post.

O filme é tipicamente francês, poucas falas, muitos olhares. Valeu a pena a empreitada, mas não é disso que eu quero falar.

Acontece que durante a sessão uma enorme nostalgia me abateu de forma rápida e surpreendente. Voltei três anos no tempo, em um período no qual me via cada vez mais no emaranhado de um amor tão profundo quanto doentio.

Ainda tenho lembranças fortes daquela época, na qual fui esmagado por um sentimento que não conhecia e acabou por me arrastar por uma estrada de muitas dores. Em teoria, creio que superei aqueles tempos amargos, que segui em frente. Porém, filmes como o que vi hoje, que giram em torno de um amor imaturo e insistente, me mostram o como tudo que eu ainda penso e faço hoje em dia é uma consequência daquela época.

Ainda sou imaturo quando se trata de relacionamentos, por que espero que todos eles sejam como o que ocorreu nos meus quinze anos, mas sem o sofrimento que  gerou. É utópico, quase, imaginar que vou atingir tal nível de intimidade e conexão em tão pouco tempo sem abrir feridas ainda mal cicatrizadas.

Tenho que diminuir o passo.

6 comentários:

  1. Que assunto difícil, o primeiro amor. Ainda mais quando se encontra um amor de fato profundo com 15 anos de idade. Um amor pesado de sentimento é necessário ter muita maturidade para se sustentar. E você não pode carregar essa imaturidade sozinho. Aposto que as pessoas que vocês eram três anos atrás (com quinze anos!) de certa forma mudaram, e se tornaram, no mínimo, mais perceptivas. Deve haver um por que desse amor ter sido assim importante e aposto também que não há apenas lembranças amargas. Eu tive um amor profundo, foi breve, mas extremamente marcante e me batia uma imensa tristeza quando pensava naquela época, uma espécie de borrão. A questão não se trata de relacionamentos, se trata de pessoas. O que será que o tempo fez de benéfico para mim e para ele depois de tanto tempo, no que ele se tornou, no que ele pensa, as coisas que são de fato significativas para ele. Passei a valorizar mais esse tempo e hoje, para minha surpresa, somos muitos amigos, sem nenhum apelo romântico ou sexual. Parece que há em você uma confusão de sentimentos em torno desse amor que se diz perfeito, sendo imperfeito. Ainda quero estar envolvida em querer conhecer o que o outro realmente é, em ter, como você chama, uma espécie de conexão, algo não falado, simplesmente expresso.

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  2. Eu não sei se tudo que eu escrevi aqui é o que realmente penso, simplesmente saiu isso.

    Mas nao, nao há somente lembranças amargas, claro que não, e creio que hoje eu seja extremamente diferente do que eu era naquela época, muito também por causa desse relacionamento.

    você conseguiu capturar um pouco da minha confusao de sentimentos. nao sei por que, mas resolvi que queria me apaixonar há cerca de 4 meses, e consegui. se apaixonar nao é dificil e, dependendo da pessoa, fazer a outra se apaixonar tmb nao é muito complicado. o problema é aguentar o que vem depois, todas as frustrações, os problemas, as imcompatibilidades. o que me falta é maturidade pra entender que só o amor ou a paixão nao suportam sozinhos um relacionamento.

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  3. Acho que você deve tentar pensar um pouco diferente, por outro anglo talvez. Querer se apaixonar, conseguir se apaixonar, fazer com que outra pessoa se apaixone por você... não se pode tratar isso tudo como um negócio. Mais uma vez, não se trata de relacionamentos, se trata de pessoas. Acredito que se interessar e fazer com que outra pessoa se interesse também é o que é o mais fácil. Agora, será que o problema está aí, se você realmente sentiu o que é amar?

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  4. o amor é algo que valhe a pena ser lembrado, escrito, desmembrado e discutido. so se perde o ponto quando tenta ser explicado, ainda mais contestado por outros. e é claro que é possivel 'se impedir' de sentir paixonites, ainda mais depos de tantas dessas terem acabado mal. ps: ei boboca da proxima vez me chama, passei o dia mofando ontem

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  5. Leitora de blogs alheios23 de dezembro de 2011 às 16:21

    Já tive um relacionamento assim intenso e marcante ( pra mim turbulento e doloroso).Com o tempo a gente fica sem entender exatamente o que aconteceu, se foi idealização nossa tanto na felicidade quanto no sofrimento. O pior é que,depois do fim, não sabemos se foi o mesmo para a outra pessoa em vários sentidos ... e ficamos na ânsia de viver novamente a mesma paixão poética, tentando reencontrar em alguém a personificação disso.

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  6. Sim, é errada visão de 'querer se apaixonar', mas aconteceu, e não pela primeira vez. é claro que algo assim ta fadado a fracassar, mas eu de vez em quando dou umas dessas.

    já senti o que é amar, sim, a questao é quando eu senti isso..

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