segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Esparso desejo sonoro

Semente que brota por dentro, sem saber se cresce
Ou se é decrescida em terra escassa
Não identifica ritmo, e se perde no tom
Dança à melodia indefinida, de batida esparsa

Enquanto (de)cresce, sabe ela
Ninguém está assim tão longe
O mundo que a observe!
Será difícil não percebe-la,
pois às vezes nem ela se percebe
Se ela não for, então que seja
Isso tudo é nada para ela, pois
seu interior é por inteiro flor

Quebrando o segundo do diapasão
Sabe ela que não sonha, pois sonho
que se sonha forte não é sonho, mas
Realidade. Não importa a intensidade
do segundo, conquanto que esse
passe como fluido árido, caindo
sobre a terra vazia, preenchendo-a
até que possa, por fim, (de)crescer

Somente ela não sabe, porém
Que não é ela que sonha com a vida
Mas é sim a vida que a sonha
Sonho esse do qual não se quer acordar

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