segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Desgosto

Desgosto de poucas pessoas. Desgosto de certos discursos.

Desgosto daqueles que não valorizam a vida, de quem quer que seja. Desgosto de discursos de condicionamento da dignidade humana.

Desgosto daqueles que não não vêem importância na cultura. Desgosto de discursos que a utilizam como distinção social.

Desgosto de qualquer discurso que coloque um ser humano como superior ou mais digno da felicidade e do conforto que outro. Suspeito da ideia de meritocracia, que embasa tantos desses discursos.

Desgosto de qualquer discurso que legitime a morte, seja de burgueses, vândalos, aristocratas ou golpistas. A subjetividade humana deve ser preservada acima de qualquer valor ou ideal. Suspeito da ideia de coletivismo, que embasa tantos desses discursos.

Mas, afinal, depois de tantos d's, devo dizer que amo toda e qualquer sociedade em sua complexidade, seja ela injusta ou perversa. A mudança é endógena, sempre.

Apesar de alguns desgostos, amo descobrir tudo que todo ser humano ama e por quê. O amor é o que destrói qualquer maniqueísmo, qualquer impulso contra a subjetividade. O amor é o que converge a humanidade, social e espiritualmente.

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