segunda-feira, 10 de março de 2014

O que ficou de impalpável

Ah, lembro-me de como a perda sempre me foi apresentada como agressão, um assalto ao desejo, mas há salto nessa compreensão. A falta que ficou foi a parte mais insignificante de todo incongruente sentimento gerado pela intimidade arrancada de nossa uníssona presença. A beleza do caos se impôs sobre qualquer definição possível de sensação palpável, ao menos distinguível no mar revolto no qual me afoguei ao mergulhar para longe de ti.

Os sonhos gelados, talvez, de líquido torpor foram a principal marca de nossa confusa apartação, cujos insistentemente calorosos suores se impuseram como reflexo físico de um nunca tranquilo sono. O alvorecer se fez úmido, mas a noite é sempre fria.


Desculpe a demora, pois tardei em adormecer. 

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