domingo, 12 de março de 2017

Enquanto Mia, minha gata, me observa virando sua cabeça na minha direção, deitada em cima do meu short jogado no chão do quarto, escrevo esse texto após assistir a uma temporada inteira de Love, no Netflix.

Love é uma série despretensiosa, mas que conseguiu capturar com graciosidade no início - e crueldade no fim - o relacionamento de duas pessoas quaisquer. Com seus episódios lentos, retratando o dia a dia de cada um, fui testemunhando o acúmulo de erros de ambos um com o outro, as brigas estúpidas, o afastamento progressivo, até descambar na inevitável separação do casal.

 Às vezes ainda me impressiono com a capacidade de destruição de fortes laços com tão evitáveis e desorientadas ações, aparentemente facilmente contornáveis, mas que no fim acabam por capturar absolutamente tudo no relacionamento, de modo que no fim se torna impossível voltar ao ponto de onde tudo estava dando certo.

A vida nos traz esperanças e sonhos quase que naturalmente, mas sem aviso prévio, e cabe a nós apenas torná-los realidade. Todos os fracassos subsequentes das tentativas ao longo dos anos nos tornam mais sábios, mas possivelmente também mais amargos.

Não resta mais dor, apenas arrependimentos.
Não há mais saudade, apenas nostalgia.
Não há mais amor, apenas sua lembrança.

Um comentário:

  1. Daniel Duque [= Eu fui expulso do Facebook em dezembro, nunca mais soube de você, perdi seu telefone! Vamos nos ver este ano. Abraçãozão!

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