(peço primeiro desculpas aos que lerem esse texto - pelo menos serão poucos - pois encontrarão sucessivos "eus" repetidos nesse texto)
Desde criança, crio múltiplos eus para mim mesmo. De lá pra cá, muitos foram criados e destruídos pela imaginação e as limitações.
Esses eus criados nada mais são de que caricaturas de mim adulto, seguindo uma carreira, com família, emprego, etc...
Meu primeiro eu de que me recordo é o eu-arquiteto. Quando criança queria ser, a exemplo de minha avó, arquiteto e já nos meus sete oito anos desenhava casas e prédios que pensava em projetar no futuro.
Outro eu muito antigo, que resiste até hoje, é o meu eu-escritor. Esse me acompanha desde os dez anos até hoje, atingindo um recorde de estar na minha mente por oito anos.
E já se foram muitos outros, já houve o eu-lutador-de-artes-maciais, meu eu-engenheiro (acreditem se puderem), meu eu-diretor, etc...
Meus eus sempre ocuparam boa parte do meu pensamento. Brinco muito com eles antes de dormir, quando já estou deitado na cama, geralmente ainda sem sono.
Os eus que persistem hoje são os eu-economista, eu-escritor, eu-guitarrista (que voltou a pouco tempo) e eu-político, embora este esteja sendo cada vez mais esquecido.
Hoje em dia o eu-economista está cada vez mais forte. Tento consciliá-lo com os outros eus, mas é muito difícil pela consciência de limitação de tempo e disposição.
Pergunto-me quantos eus ainda surgirão. E, ainda mais, quando eu chegar à fase adulta e finalmente tiver determinado meu verdadeiro eu, todos os outros sumirão da minha mente? Difícil, muito difícil...
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