sábado, 14 de janeiro de 2012

Perdendo minha religião

Sempre tive uma certa noção do que eu acredito, mas nunca expliquei para ninguém, nem pela fala, nem pela escrita, por isso vou fazer uma tentativa aqui.

Grande parte das pessoas que conheço não acredita em Deus, mas numa inteligência universal, um tipo de energia cósmica (o que, para mim, se resume a uma grande divindade). A diferença disso para o que eu acredito é que, para mim, não há apenas uma, mas infinitas energias que rondam pelo mundo, criando um grande sistema que tende ao equilíbrio.

Além disso, creio que essas energias são geradas por todas as interações de um corpo com o seu meio. Não consigo pensar direito em um exemplo além do banal 'tocar uma música'. As interações podem ser milhares, porém, indo de um canto de um pássaro a uma briga de casal.

Tudo isso gera um sistema de energia inconsciente de si que influencia toda nossa vida, levando ela a um equilíbrio. Dessa maneira, creio, nossas vidas nuncam são inteiramente felizes nem inteiramente miseráveis. Como o equilíbrio é apenas uma tendência, ainda há pessoas que, de tão desesperadas ou tristes, acabam se matando, como há também aquelas que simplesmente não sabem do que reclamar de suas vidas.

-----------------------------------------------------------

Resumindo, então, acredito em um grande sistema de energias inconsciente de si, gerado por todas as interações de corpos com seus meios, que influenciam em nossas vidas, tendendo-as ao equilíbrio.

Não sei se consegui me explicar direito, afinal, é a primeira vez que tento, mas vamos ver, né, vocês que vão me dizer.

6 comentários:

  1. Diferentemente de você, a maioria dos meus conhecidos se dizem acreditar em Deus. Com eles, evito trazer esses assuntos à baila, pelo simples fato, no meu ponto de vista, de que não há motivo ou indício algum para se acreditar. Em relação sequer à existência de religiões, por exemplo, considero basicamente um equivoco crer em algo sem qualquer fundamento. É engraçado, também sinto essa espécie de "sistema de energias", que de certa maneira rege os acontecimentos, todavia tendendo-os para o completo desequilíbrio. Na minha opinião, o universo é caótico (o que não impede a existência de algo). O que acredito - não sei se conseguirei explicitar para você corretamente – é na dúvida do por que existe alguma coisa ao invés de nada. Então, partindo desse princípio, o que podemos fazer das nossas vidas de acordo com o que temos convicção? Podemos concluir que a impressão que existe um “eu” é simplesmente produzida pelo cérebro e, quando morremos, acabamos. Podemos obter indícios que existe algo maior que isso (o que até agora não há). E o mais estranho é chegarmos a conclusão do inexplicável: a vontade de viver. Porque mesmo quando nos perguntamos de que adianta viver, o que predomina de fato no universo é a vontade de existir, inclusive as coisas inanimadas. É estranho, mas parece que a vontade de continuar vivendo, ou melhor, existindo é tão inexplicável quanto a vontade de morrer, se extinguir. (A propósito, acredito que talvez seja mais difícil você descobrir quem eu sou do que a minha tentativa de tentar decifrá-lo – apesar de ser uma tarefa que beira ao impossível. Como já disse, ao ler minhas opiniões sabendo quem sou eu de fato, atrapalharia no seu julgamento e não poderia simplesmente escrever o que me vier. Porém, caso encomode você com isso ou com as minhas opinioes sobre o que escreve por aqui, paro na hora - mas sempre vale a tentativa, Mr)

    ResponderExcluir
  2. Sua visão é um tanto niilista então..

    Mas você me conhece, não é? Eu já descartei pelo menos duas pessoas com essa sua visão de mundo.

    ResponderExcluir
  3. Niilista? Não sei dizer, mas não poderia discordar totalmente. Na verdade, acho que não sigo nenhuma linha de pensamento específica ou tenho uma visão de mundo construída, entende? O que estou querendo dizer é que temos a oportunidade, com o passar do tempo, de nos tornarmos no mínimo mais perceptivos. Na vida prática, basicamente tento me guiar pela razão, digamos assim. Às vezes me permito sair um pouco disso, nos meus momentos mais particulares, como em livros, filmes, música, andando e observando as ruas com o pensamento a mil ou até fazendo algo meio sem pé nem cabeça. Infelizmente ou não, nem tudo anda sempre nos trilhos, um exemplo seria quando temos algum lapso ou devaneio amoroso, que geralmente não acaba bem, tanto pela dor de cabeça que gera, quanto pelo tempo que se perde. Por isso tenho andado mais cautelosa nessas questões, mas não vem ao caso. E, sim, é claro que conheço você!

    ResponderExcluir
  4. esse ponto de exclamação aí no final matou a charada, praticamente.

    ResponderExcluir
  5. Pois é, minha visão era essencialmente a mesma que a sua. O problema foi quando eu comecei a repensar como que chegamos aqui e o acaso parou de fazer sentido. Por mais estranho que seja, o que me fez mudar de ideia foi um livro espírita que dizia que acreditar no acaso era estúpido, pois no momento em que o acaso passa a agir de forma inteligente, ele deixa de ser o acaso. Dessa maneira eu seria obrigada a admitir que existiu uma divindade regendo o processo de evolução e a teoria das energias (apesar de ainda acreditar nela) fica incompleta, porque essas energias são geradas, o que faz da divindade efeito, e não causa, como deveria ser. Sei lá, ando muito confusa em relação a religião, mas, como diria Renato Russo, só que agora é diferente, estão tão tranquila e tão contente. De qualquer forma, talvez a minha explicação não faça sentido, mas você pode me chamar pra tomar uma cerveja qualquer hora e a gente conversa rererere

    ResponderExcluir
  6. haahahah, a gente fez isso hoje já, to com preguiça de escrever tudo aqui.

    ResponderExcluir