segunda-feira, 28 de outubro de 2013

O sistema é mau, mas...

Há cerca de um ano (talvez um pouco muito mais) tenho focado meu tempo de estudo e reflexão para as iniquidades sociais no Brasil. Quando mais eu aprendo, mais eu vejo o fosso no qual estamos inseridos, mais eu percebo o quanto ainda temos muito que fazer para tornar nossa sociedade minimamente convivível.

Mas muito mais do que fazer, o que eu percebo a cada dia é que temos que mudar. Mudar nossa consciência, nossos preconceitos, nossas ignorâncias. Derrubar nossos sensos comuns, nossos complexos de vira lata e nossas vitimizações auto depreciativas (o Brasil não vai pra frente... 1- porque o povo é burro 2- por causa do jeitinho brasileiro).

Temos também que afastar de nós essa ideia de progresso, de "Brasil pra frente", de desenvolvimento como unica e exclusivamente crescimento da quantidade de bens e serviços produzidos no país. Afinal, não é por sermos pobres que temos pobreza. Nossa pobreza é endêmica, sistêmica, institucional e externamente necessária ao funcionamento do modelo sócio econômico que seguimos.

Não consigo entender como as pessoas não vêem que nossa desigualdade, que vai além da renda, não é consequência disso ou daquilo, mas é um sintoma da nossa sociedade extremamente hierarquizada. O que temos que derrubar são as hierarquias, porra!

O sistema é mau, mas não necessariamente minha turma é legal. Minha turma e eu somos parte dessa iniquidade e constantemente a reproduzimos. Somos o que somos por razões de berço, mas cabe a nós mesmos o processo de mudança, que é lento, penoso e provavelmente mau sucedido, ou pelo menos incompleto.

Vamos fazer um filme.

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