sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Solange

Uivos dos mais quietos à noite
Desses que ensurdecem aquele que já não quer mais ouvir.
Visando a navalha cega
Cujo áspero corte transpassa o tecido extenso, assim.

Ah sim! Disse Solange
Exalando maestria naquilo que não se joga.
O Coito afirma, mestre é aquele
que já não quer jogar nunca de novo.

Pesada prensa essa sobre a mente
Arrastados os segundos aos quais me prendo
passando lentos por tudo que disse
Construindo barreiras com próprio cimento.

Ah não! Disse Solange
Anão é o antropófago de si mesmo
Canibal de suas membranas
Cuja víscera escorrega por sua boca.

Que piada, Solange.



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