terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Ditadura da Beleza - Posição e Oposição

Discorro novamente sobre esse tema, tendo em vista que conheci outras opiniões e refleti mais sobre o assunto.

A ditadura da beleza é, primeiramente, uma expressão adotada recentemente por "progressistas" e "esquerdistas", que afirmam que o padrão estético, criado e reforçado pelos meios audiovisuais, é uma ferramenta de opressão a todos aqueles à margem do ideal exposto. O belo teria, portanto, a função de excluir todos aqueles que não visam a reprodução do padrão imposto.

Segundo tais ideias, relativismo estético seria o único caminho à inclusão social de todo e qualquer grupo estético (seja na aparência, na moda ou mesmo na arte). Enxergando beleza em todos os traços da imagem, todos podem ser atingir tal ideal.

Daí surge a oposição dos "conservadores" e "direitistas", que, contrariamente às suas ideologias liberais e individualistas (nada contra!), afirmam que o relativismo da beleza é uma ferramenta de subversão à ordem, podendo acarretar na falência moral da sociedade. Com o fim do ideal de beleza, são plantadas as primeiras sementes da destruição do que era anteriormente considerado - e, assim, de fato - belo.

O que eu não compreendo é como podem deixar de lado a questão da objetividade/subjetividade da beleza, podendo esse ser o ponto de convergência entre os dois lados. Afinal, a essencial não é "ver beleza em tudo", mas compreender a beleza como um fenômeno passivo e subjetivo, dando total liberdade aos indivíduos de formarem seus próprios padrões estéticos. Com isso, toda e qualquer iniciativa em prol da relativização da beleza não se torna subversivo, mas apenas uma expressão individual do conceito do "belo".

Há pouca margem, nesse sentido, de oposição entre qualquer ideologia acerca dessa ideia, talvez apenas na divergência do esquerdismo da abordagem individualista. Ainda assim, acredito que os mais ferrenhos debates contra ou a favor do fim (ou da própria ideia) da ditadura da beleza provêm unicamente da necessidade dos grupos políticos antagônicos de criarem uma nova maneira de divergirem. Cada vez mais, penso, as pessoas desejam se afastar do consenso, temendo se juntarem a seus opositores.

Talvez eu escreva posteriormente sobre essa tendência...

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