Cada segundo pelo qual despercebida passa minha existência, indago se não estaria eu a desdenhar da preciosidade do escasso tempo que disponho.
Em duas décadas, minhas conquistas avançaram em passo vagaroso, enquanto meus sonhos e desejos se expandiram em luminosa velocidade, sem respeito pelas sinalizações de tropeços à frente, com risco de queda e fratura.
Arrisco-me a dizer que não seria eu sem tal ansiedade, sem esses acúmulos de desejos, de vontades, e então, conquanto possa pensar em andar mais rápido que permitem minhas pernas, minha existência permanecerá ativa e fluida.
O segundo adiante é, portanto, meu senhor e meu algoz, aquele que me permite continuar, mas me assola com os mais perturbadores sentimentos. O passo a seguir precisa sempre ser maior do que o anterior, a velocidade agora precisa sempre ser maior do que a de outrora.
Afinal, o horizonte é logo ali.
Nenhum comentário:
Postar um comentário