Foi pouco o esforço que fiz para perceber qual seria esse "meu lugar", já pronto para mim desde que me (des)entendo por mim mesma. O inalcançável não é, afinal, o "onde", mas o "porque" estaria já eu predestinada a ocupação desse espaço, determinado a mim de forma incongruente, percebido de maneira errática.
É espaço sem vazio, lugar sem localização.
A vida inteira vi hordas de nervosas pernas a tentar se fixar, como se seus portadores procurassem a si mesmos, sem nunca se encontrar. Sempre me pareceu muito claro seus lugares, assim como sei que todos sabem muito bem o lugar de seus próximos, em uma eterna demarcação impositiva, sem, no entanto, definir espaços próprios.
Uma perfeita esquizofrenia espacial.
A dificuldade é ousar rompimento, mesmo que breve, sobre todo esse rígido tecido que nos prende a nós mesmos.
Achar um lugar entre tantos outros é mais fácil que encontrar um espaço entre nós mesmos em que possamos refletir e enfim mudar aquilo que não nos agrada, trocar a roupa da alma e desamarrar-se das cordas dessa ditadura universal que nos deixa cada vez mais doentes e iguais.
ResponderExcluirPara nos desamarrarmos dessas cordas, precisamos tirar todas as roupas da alma.
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